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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O desperdício da poesia ou a despedir a poesia

Desperdiçar poesia , despedir a poesia

Para despedaçar o ego.

Guardar o segredo exposto na caixa que não vai pandorar.

Que não vai servir à esperança de manter o morto vivo na desilusão da finitude.

A poesia guarda o que não vomitou o ego para na próxima viagem nutrir a sombra da inocência.

A poesia rege a dança do mau agoro, do mal agora.

A poesia destroça e distorce o tempo do fim.

A poesia tem fome de ignorância.

Falta amor para a poesia.

A poesia cresce com a tempestade da mente.

A poesia é poente fixo, sem abrir chance para o ciclo.

A poesia encarcera o ser da sede da vida.

A poesia envenena o vento que aspira a liberdade.

A poesia prende o dente para a comida.

Jogar poesia fora é fruto de ser agora.

Despedir a poesia é pagar as contas da poesia.

Guardar o segredo é matar a poesia.

Matar o morto até o fim é sacralizar a não poesia.

Matar a poesia é acender a luz da inocência.

Eu matei a poesia.

Suely Andrade.

20 de março de 2009.

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