O desperdício da poesia ou a despedir a poesia
Desperdiçar poesia , despedir a poesia
Para despedaçar o ego.
Guardar o segredo exposto na caixa que não vai pandorar.
Que não vai servir à esperança de manter o morto vivo na desilusão da finitude.
A poesia guarda o que não vomitou o ego para na próxima viagem nutrir a sombra da inocência.
A poesia rege a dança do mau agoro, do mal agora.
A poesia destroça e distorce o tempo do fim.
A poesia tem fome de ignorância.
Falta amor para a poesia.
A poesia cresce com a tempestade da mente.
A poesia é poente fixo, sem abrir chance para o ciclo.
A poesia encarcera o ser da sede da vida.
A poesia envenena o vento que aspira a liberdade.
A poesia prende o dente para a comida.
Jogar poesia fora é fruto de ser agora.
Despedir a poesia é pagar as contas da poesia.
Guardar o segredo é matar a poesia.
Matar o morto até o fim é sacralizar a não poesia.
Matar a poesia é acender a luz da inocência.
Eu matei a poesia.
Suely Andrade.
20 de março de 2009.
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