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domingo, 30 de janeiro de 2011

A faixa

Sussurros na minha orelha, umedece meu ser por dentro e por fora.
Faz sair sal dos meus poros e me impoe ventilar as entranhas.

Beijo demorado de lingua morna, amolece meu ser por dentro e por fora.
Faz crescer o desejo de desejar ser como a Lua que sai da nuvem de chuva que a esconde.

Admiro a calma que exala e acolho a paz e deixo-a desfilar em mim tranquilamente, como um adolescente numa faixa de pedestre

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O desperdício da poesia ou a despedir a poesia

Desperdiçar poesia , despedir a poesia

Para despedaçar o ego.

Guardar o segredo exposto na caixa que não vai pandorar.

Que não vai servir à esperança de manter o morto vivo na desilusão da finitude.

A poesia guarda o que não vomitou o ego para na próxima viagem nutrir a sombra da inocência.

A poesia rege a dança do mau agoro, do mal agora.

A poesia destroça e distorce o tempo do fim.

A poesia tem fome de ignorância.

Falta amor para a poesia.

A poesia cresce com a tempestade da mente.

A poesia é poente fixo, sem abrir chance para o ciclo.

A poesia encarcera o ser da sede da vida.

A poesia envenena o vento que aspira a liberdade.

A poesia prende o dente para a comida.

Jogar poesia fora é fruto de ser agora.

Despedir a poesia é pagar as contas da poesia.

Guardar o segredo é matar a poesia.

Matar o morto até o fim é sacralizar a não poesia.

Matar a poesia é acender a luz da inocência.

Eu matei a poesia.

Suely Andrade.

20 de março de 2009.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

18 de janeiro de 2011

18 de janeiro de 2011

LUA CHEIA de desejo de completar-se!
Amanhã estará cheia e por isso mesmo esvazia-se...
Em 18 de janeiro de 1990 completei o ciclo de parir crianças...
Nasce Luísa Souza Bianchetti em plena manhã do sol de janeiro.
Sol lavado de tantas chuvas...
E assim é o verão de Brasília.
Desde então, o exercício diário de continuar a fazer-me, refazer-me, revirar-me e parir-me aumentou e continua a aumentar na velocidade do crescimento e na beleza que se manifesta naquelas que pari.
A Lua quase cheia, cheia e já em esvaziamento me inspira um êxtase que prefiro sentir quietinha e solitária...
Hoje então, recém parida a 21 anos atrás... rogo por mais silencio e quietude.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Começou 2011
Começou 2011!
Começou 2011?
Começou, o que?
Nada... existencia é impermanente...
começofimcomeçofimcomeçofimeiocomeçofimcomeçofimeiocomeiofimeço...
NUANÇAS e...
Ah! o vazio! o Agora!
A AmorA
A AmeixA
O Caqui
A CerejA
e A MangA
manga larga
manga ROSA
manga dos outros
manga da camisa
sem camisinha...
manga
E o mel
meu
e tão teu
choveu na manga da cama...


Escrito depois do abrazo em 16.01.2011

A manga e a camisa


Era uma manga na mão

Era uma camisa no corpo

E era um olhar a ver

A mão cortou a manga

O corpo tirou a camisa

E era um olhar a ver

A manga escorregou o mel na mão

A camisa descansou do corpo

E era um olhar a ver

A mão que se melou de manga alcançou os pés dos olhos que olhavam

O corpo descansado da camisa alcançou o corpo dos olhos que olhavam

Tudo se fez orvalho

Tudo se umidificou

Depois de sêmen e semente

Se instalou o amar

Suely, a propósito de uma manga e de uma camisa!

Notícias de Brasília. NASCEU A ROSA.

Recebi da Suley

10/01/2011

Aqui o hálito refrescante d'uma chuva amistosa.
Folhas farfalham seus segredos mais profundos.
A noite é quase um convite pra cair no mundo... rasgar eixinhos e eixões.
E o pensamento n'Ela: Rosa. Rosa. Rosa. E na mãe: Soraya, Soraya, Soraya...
Sol que raia. Sol que rasga. Sol que cria. Valentia. Resistência. Coragem. Bravura.
Parir - definitivamente - não é para qualquer um!
Estamos orgulhosas de vocês duas! Soraya e Rosa...
Uma fez e outra aceitou o convite, rompeu o janeiro e na primeira terça parte deu as caras.
Fecho os olhos e refino no cheiro do cerrado o vestígio da floresta que mora em mim.
E agora inúmeros corações-tambores batem aqui e acolá.
Imaginando que belo tecido dará esse novo fiar do amor.

Sou feliz por tê-las.
Mais que perto...
Dentro.
Resposta da Suley para Suely, de Brasilia dia 25 de dezembro de 2010

DISTÂNCIA: s.f. Espaço entre dois pontos. Pode ser medida em quilômetros, metros, centímetros e muitas outras unidades. Os enormes espaços existentes entre as estrelas e os planetas, ou distâncias astronômicas, são medidos pela velocidade da luz...

Posso mandar o coração.
Posso ir no calor do amanhã.
Posso ser o cheiro da roupa seca ao sol.
Posso ser um fiapo da manga caída na avenida.
Posso me esconder numa gargalhada de vocês duas.
Posso ser u'a nota musical que cai dos cachos de seus cabelos.
Posso me espalhar nas morenices caboclas das tias e primas e irmã.
Posso entrar no trem do Gil, cujos trilhos são brilhos que não têm fim.
Posso ir desfilando tranquila pelas águas amazônicas e matar-lhes as sedes.
Posso me desfazer em brisa e me juntar ao cheiro do café e do pão e do amor.
Do amor que nos une e que tempera a saudade e a vontade e a curiosidade...
De ver nossa menina nessa aritmética que faz a adição resultar em multiplicação.
Sou feliz sabendo que suas mãos cuidarão daqueles pés - antes tão franzinos...

Era treze de maio de 2010 quando eu desejei esse encontro.
Deu tempo! Ufa!
Amém. Amei.
Belém 25 de dezembro de 2010
Para Suley-Nega-Neguinha:

A Lua deixou o Cheia. Faz-se minguante em céu pesado do calor.
Depois de duas metrópoles, a floresta enche meu corpo de suor.
Pouso forte e eu e o que consigo carregar, nao preciso esperar bagagens.
Saio atonita, com os olhos a procura dos alguens... nada, nao vejo, nao vi... e depois uma barriga com toda a lua cheia, chega e Rosa ... Eu rio, rio, rio, rio... riacho, lago, lagoa, mar, veio d'agua... tudo o que vejo me falta... vc tambem precisa ver... nao é completo meu olhar.... tudo é tao lindo ... que so caberá tamanha lindeza quando vc ver também... Como me falta seu olhar em tanta beleza. Ela é linda... e molhar-lhe os dedos gordinhos dos pés com saliva, apertar as pernas-pernis, fazer massagem nas ancas e silenciar ao ver relatos em lágrimas... é muito e o meu olhar sem o seu é pouco. Venha ver, venha ver, venha....